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Conheça um pouco da história de nossa Luthieria, nosso espaço de trabalho (ateliê), como começamos, a estrutura de atendimento, equipamentos, clientes satisfeitos e possibilidades.
A paixão pela música é intrínseca à nossa missão de oferecer o melhor possível nos serviços e na construção de instrumentos exclusivos. Somos apaixonados pelo que fazemos, e essa nossa paixão se reflete num atendimento exemplar, respeitando os instrumentos musicais, seus proprietários e as histórias que carregam consigo. Cada instrumento conta uma história cheia de sentimentos e sabemos que são esses sentimentos que importam. Por isso nos esforçamos em melhorar sempre para que novas histórias cheias de emoções positivas, das quais passaremos a fazer parte, sejam escritas e guardadas na memória de todos os envolvidos com muita satisfação.
Nosso espaço de trabalho surgiu impulsionado pela demanda de serviço do luthier durante um momento muito difícil que o mundo inteiro enfrentou: a pandemia de Covid 19. Como as pessoas começaram a ficar mais em casa e com mais tempo disponível, muitas que já possuíam um instrumento musical queriam ele em boas condições para finalmente realizarem o sonho que antes não tinham tempo disponível: tocar um instrumento musical. Com isso a demanda por serviços profissionais de luthieria aumentaram substancialmente. Antes da pandemia a luthieria já era uma área carente de profissionais qualificados, e a demanda só aumentou.
Já havia alguns anos que vinha adquirindo experiência ao trabalhar em uma renomada e antiga loja de instrumentos musicais e equipamentos sonoros profissionais, com uma grande demanda de clientes. Nessa empresa, os serviços de luthieria eram terceirizados. Com o início da pandemia de Covid19 houve um grande aumento na procura de serviços de luthieria na empresa e o pessoal que atendia a essa demanda não estava conseguindo resolver o grande fluxo de serviços. Então, como na maioria das descobertas pessoais de vocação para fazer algo extraordinário, houve um "start", aquele momento inicial que então despertou o interesse do luthier que ainda estava por surgir.
Um músico profissional, que vive de música tocando em ambientes e eventos, deixou o seu violão de trabalho na loja para realizar uma regulagem, pois estava muito desconfortável devido à falta dos ajustes necessários, atrapalhando muito na sua sonoridade e tocabilidade. Entramos então em contato com o profissional terceirizado que marcou várias vezes de buscar o instrumento na empresa e nunca dava certo. Passaram-se duas semanas com o instrumento do cliente na empresa e ele não foi recolhido. Então novamente entramos em contato com o cliente para liberar o instrumento dele para levar a outro profissional, só que ele, com razão, ficou aborrecido pois iríamos devolver o instrumento nas mesmas condições depois de duas semanas com ele na loja. Solicitou mais uma tentativa com o profissional terceirizado, o que novamente não deu certo. Devido às circunstâncias, tivemos que oferecer outra solução.
Foi então que o proprietário da loja, Fábio Queiroz Ribeiro, sugeriu ao então ainda desconhecido luthier, que tinha até medo de manusear os instrumentos musicais por admiração à suas características delicadas e respeito às suas funções musicais, que ele mesmo tentasse efetuar a regulagem do instrumento em questão, um violão profissional de elevado valor. A principio houve hesitação, mas o desafio foi aceito e então começou a história do profissional da luthieria que agora vos escreve:
"O meu primeiro sentimento foi de insegurança. Eu tinha até medo de pegar em um violão. Pegava sempre com muito cuidado devido ao receio de quebrar ou desafinar as cordas. Mas a admiração pelos instrumentos sempre foi inegável. Já participei da organização de Orquestra de Violeiros de Alexânia (só na parte administrativa), tive a incrível experiência de colaborar com a realização de um festival de música chamado Acordes do Cerrado em Goiás, onde figuras ilustres com Zé Mulato e Cassiano e Renato Teixeira se apresentaram e, como jurado no festival, o ilustríssimo Waldomiro Bariani Ortêncio, grande folclorista, escritor e compositor. Além dessas experiências excepcionais, o que me aproximou muito do mundo musical foi o meu amor pela música de boa qualidade. Eu que não sou de fugir de um bom desafio, dadas as circunstâncias, também não me recusei a encarar mais esse. Me debrucei em estudos e pesquisas para entender todos os aspectos envolvidos em uma regulagem de violão que pudesse o deixar na melhor condição possível. Por se tratar de um bom instrumento, confesso que não foi muito difícil, mas não menos desafiador para alguém que, além do que ja foi mencionado, não é músico. Por enquanto, e apenas por enquanto, eu não toco nenhum instrumento musical. Eu também acreditava que isso seria uma barreira intransponível para que eu conseguisse realizar um trabalho de qualidade aceitável, o que me gerou uma preocupação quase excessiva para obter o melhor resultado. Então, o que parecia ser uma desvantagem, acabou sendo uma grande vantagem. Justamente por eu não ser músico é que minha principal base é o objetivo de regular o instrumento para as necessidades de quem vai tocá-lo, para que o próprio dono diga que está bom, e não eu. E o que parecia ser meu maior desafio foi o meu principal incentivo, e se tornou a "virada de chave" na minha cabeça.
Quando eu achei que a regulagem do violão estava boa eu liguei para o dono do instrumento, o músico Parente Peres, e o informei. Pedi para que ele viesse até a loja para conferir se estava do seu gosto. Quando ele chegou imediatamente entreguei em suas mãos o violão. Ele olhou... conferiu... reconferiu... sentou e começou a tocar. Tocou acústico, tocou plugado na caixa de som, olhou novamente, olhou minunciosamente... Um detalhe importante: Ele sabia que eu não era luthier e não sabia que eu mesmo havia realizado a regulagem.
Então eu perguntei:
"E aí? O que está achando do violão?"
Ele respondeu prontamente:
"Rapaz, estou aqui intrigado querendo descobrir o que fizeram com ele, pois nem parece que é o mesmo. Meu violão nunca esteve tão bom como está agora! Valeu a pena ter esperado, mesmo com toda essa demora. O rapaz demorou mas trabalhou direitinho. Excelente profissional!"
Foi então que revelei que eu mesmo havia feito a regulagem. Foi então que a chave começou a virar, especialmente quando ele me disse, impressionado:
"Pode investir rapaz! Você provou que tem excelente potencial. É muito difícil encontrar um profissional que faça tão bem esse serviço, e você não deixou nada a desejar."
Pedro Parente nem imagina o efeito que as suas palavras tiveram na minha cabeça e na minha vida, pois eu me redescobri na profissão de luthier, descobrindo um novo sentido para o trabalho, para além de simplesmente ter uma fonte de renda. Daí para frente muitos novos desafios foram surgindo, cada vez mais complexos. Em alguns inicialmente eu não consegui um resultado tão bom, pois era iniciante. Mas também cobrei um valor justo, de iniciante. De alguns trabalhos confesso abertamente que hoje sinto vergonha do resultado que apresentei, especialmente em restaurações complexas. Mas eu estava aprendendo e também não cobrei o valor que hoje eu tenho condições de cobrar, pois os meus erros me ensinaram muito e foram o combustível que me impulsionou a buscar a excelência. Foi assim que eu me tornei um especialista em restauração de instrumentos musicais e objetos de madeira, um trabalho pelo qual eu sou simplesmente apaixonado."
A pérola é o resultado de uma "irritação", uma ação defensiva em cima de um corpo estranho dentro de um molusco. Camada por camada o molusco envolve o corpo irritante em nácar (madrepérola) até que essas camadas se acumulem formando uma pérola de grande beleza e valor. Foi assim que nasceu a nossa luthieria, em meio a grandes desafios, situações turbulentas que exigiram, e ainda exigem, novos aprendizados, novas ferramentas, novas formas de pensar e de agir para sentir a incomparável satisfação de fazer parte da história carregada de emoções que cada instrumento marca dentro das pessoas, das famílias, das relações. Esse é um privilégio para poucos! Instrumentos musicais não são apenas objetos inanimados, eles carregam as emoções das pessoas, reavivam as lembranças, as mais intimas lembranças, ajudam a lidar com os males que afligem a humanidade, movem, comovem, inspiram e incentivam multidões, literalmente. É por isso que tratamos cada instrumento musical com muito respeito, pois estamos conscientes com a profundidade de significados que estamos lidando.
Estamos passando hoje, em setembro de 2025, por um período de profunda reestruturação, onde estamos nos preparando para dar um passo muito importante: vamos passar a construir instrumentos musicais, pois no momento apenas fazemos restauração, regulagens, customizações e pequenos reparos. Faz parte do projeto também uma estrutura de ensino de qualidade para quem deseja ter suporte de ensino de qualidade para entrar nessa bela profissão, muito requisitada e carente de profissionais.
À medida que tivermos novidades elas serão atualizadas aqui.
OBS.: Esta página está em construção. Em breve a história completa estará aqui.